O livro de contos Sangue de Rosaura, concorrendo ao Prêmio Fábio Prado de 1953, da Sociedade Paulista de Escritores, foi contemplado com o 1º prêmio consignado pela comissão julgadora reunida em maio de 1954 na capital paulista. O livro, que reuniu 10 contos e 10 ilustrações do próprio autor, foi publicado em 1954 pela José Olympio Editora e dedicado à Dinah Silveira de Queiroz, quem escreveu sua orelha.
JK, prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1951-1955), e presidente do Brasil entre 1956 e 1961, assina o livro Sangue de Rosaura do escritor Luiz Canabrava.
"Há uma determinada espécie de leitor que não encontra positivamente, entre nós, o alinhamento para a sua fantasia. Conheço-o bem, a remexer estantes, a viajar indeciso entre as prateleiras onde se encontram autores ingleses, ou americanos; ávidos do que está além da vida - nem sempre busca o mistério de um crime, mas a outra dimensão da existência; talvez o sortilégio das sombras, que alargam os vultos humanos, até o assustador e o maravilhoso.
Apareceu-nos agora esse moço Luiz Canabrava, capaz de operar as feitiçarias que fascinam tais leitores.
Dificilmente poderíamos nós que conhecemos o jovem e risonho autor, acreditá-lo pai dessas estranhezas, que são os seus contos. Na verdade, logo que o público possa conhecer sua obra, terá oportunidade de saborear uma esquisita produção.
Há uma história, "Noite", de que poderíamos dizer - é antológica. Qualquer seleção de contos não desmereceria de sua escolha, se nela incluísse esse documento misterioso sobre a presciência do sonho. Nele, uma menina está dormindo e seu sono lhe revela uma tragédia, no exato momento em que ela está acontecendo" Dinah Silveira de Queiroz. Orelha do livro Sangue de Rosaura de Luiz Canabrava. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1954.

